Os queijos artesanais representam muito mais do que um simples alimento; são uma expressão de história, cultura e tradição. Através da sua produção, os queijeiros artesanais transformam o leite num produto único, cheio de personalidade.
O queijo artesanal é um produto feito à mão ou com um mínimo de intervenção mecanizada, utilizando técnicas tradicionais que foram transmitidas de geração em geração.
Neste tipo de produção, presta-se atenção a todos os pormenores do processo, desde a obtenção do leite até à maturação do queijo. Em muitos casos, o produtor controla todo o ciclo, desde a criação dos animais até ao momento em que o queijo está pronto para ser apreciado.
A essência do queijo artesanal reside na qualidade da matéria-prima e no respeito pelos métodos ancestrais. A alimentação do gado e as condições climáticas do meio ambiente também influenciam diretamente o sabor e a textura do queijo, fazendo de cada peça uma obra de arte única.
O sabor de um queijo artesanal é marcado pela sazonalidade e pelas nuances do processo de fermentação natural. O leite dos animais, que são alimentados com ervas e gramíneas locais, varia consoante a época do ano, o que influencia diretamente o produto final.
O queijo artesanal é a expressão máxima do seu ambiente, embora a intervenção do queijeiro seja igualmente crucial, uma vez que é ele que ajusta factores como a temperatura, a humidade e o tempo de maturação para desenvolver texturas e sabores únicos.
Alguns exemplos de queijos artesanais são o Idiazábal no País Basco, o Cabrales nas Astúrias ou o Queso de Mahón em Menorca. Cada um destes queijos está intrinsecamente ligado à terra e às práticas locais, e oferece uma experiência gastronómica que reflecte a história e o conhecimento de quem o produz.
O valor cultural dos queijos artesanais
Para além do sabor, os queijos artesanais têm um rico património cultural. O fabrico de queijo tem sido uma atividade central em muitas comunidades rurais desde tempos imemoriais.
Os métodos de fabrico do queijo são transmitidos de geração em geração e cada queijeiro acrescenta o seu toque pessoal às receitas tradicionais. Neste sentido, consumir queijo artesanal é também participar na preservação da história e dos costumes locais.
Os queijos com denominação de origem protegida (DOP) são um exemplo claro da importância cultural destes produtos. Estas certificações garantem que o queijo foi produzido de acordo com os métodos tradicionais de uma determinada região, com ingredientes locais e segundo normas de qualidade rigorosas.
Durante a feira de Fromago contámos com a presença de várias DOP nos nossos stands. Entre elas, CR DOP Queso Zamorano, DOP Queso Casín, Consejo Regulador Pro de la DOP Afuegal Pitu e Queso Mahón Menorca Artesano Torralba DOP.
Além disso, a produção artesanal está muitas vezes intimamente ligada à economia rural, onde os pequenos produtores dependem do seu rebanho e da terra para gerar os seus meios de subsistência. Ao comprar queijo artesanal, os consumidores estão a ajudar a manter vivas as pequenas explorações familiares.
Além disso, a utilização de ingredientes locais e o comércio em pequena escala reduzem a pegada de carbono associada ao transporte de alimentos a longa distância, pelo que a produção artesanal também promove a biodiversidade alimentar.
Inovação na tradição
Embora os queijos artesanais se baseiem em métodos tradicionais, isso não significa que estejam isentos de inovação. Muitos queijeiros estão a experimentar novas combinações de sabores, a ajustar processos ou a desenvolver versões de queijos tradicionais adaptadas às tendências gastronómicas actuais.
Alguns queijeiros inovam com diferentes tipos de leite, combinando leite de vaca, de ovelha ou de cabra para criar queijos com texturas e sabores únicos. Outros brincam com os tempos de maturação, ou com a utilização de ervas e especiarias locais para dar um toque diferente e único aos seus produtos.
Em suma, o queijo artesanal é muito mais do que um produto alimentar, pois é um reflexo da dedicação, da arte e do património cultural dos seus produtores.
