Artigo de opinião de Nuria Mª Arribas, Diretora-Geral da InLac
Graças aos grandes esforços de inovação e digitalização realizados nos últimos anos, o sector primário em geral e o sector leiteiro em particular adquiriram a capacidade de crescer e de se desenvolver ao mesmo tempo que procuram adaptar-se aos tempos actuais. Um exemplo disso é o facto de as tecnologias digitais e a inteligência artificial serem já uma realidade na pecuária para monitorizar rigorosamente os animais desde o nascimento, permitindo assim uma gestão eficiente de acordo com as suas necessidades individuais.
A digitalização já não é uma tendência futurista, mas uma certeza inevitável em todos os sectores, e os lacticínios não são exceção. Adaptar-se a esta mudança não é tarefa fácil, mas é uma evolução necessária que está a revolucionar a forma como produzimos, gerimos e comercializamos os nossos produtos lácteos.
A digitalização das explorações agrícolas
No domínio da produção, a digitalização permitiu um salto qualitativo sem precedentes. A utilização de tecnologias como a Internet das Coisas (IoT), o Big Data e a inteligência artificial (IA) permitiu que as explorações agrícolas optimizassem todos os aspectos das suas operações. Atualmente, os sensores instalados nos animais e nas instalações fornecem dados em tempo real sobre a saúde do efetivo, a qualidade do leite e as condições ambientais.
A monitorização contínua e a automatização de processos como a ordenha reduziram significativamente as margens de erro, melhoraram a eficiência e aumentaram a produtividade. Esta capacidade de obter e analisar constantemente os dados permite-nos tomar decisões mais adequadas, o que não só melhora a qualidade dos nossos produtos lácteos, como também ajuda a reduzir os custos e a minimizar o desperdício.
Outro aspeto crucial da digitalização é a melhoria da rastreabilidade. Num mercado em que os consumidores exigem cada vez mais transparência, a capacidade de rastrear os alimentos desde a exploração agrícola até à mesa é um valor acrescentado indispensável. A implementação de sistemas de rastreabilidade digital não só permite o cumprimento dos regulamentos mais rigorosos, como também ajuda a construir uma relação de maior confiança entre o produtor e o consumidor.
QI: Inteligência Artificial ao serviço do consumidor
Por outro lado, há um outro elemento que está a ser cada vez mais aplicado na indústria e cujo potencial hoje não conhece limites. Estamos a falar de IA, que está a transformar a forma como vivemos, trabalhamos e, agora, até a forma como escolhemos os nossos alimentos. Perante esta situação, a InLac, através da campanha de divulgação “Quesea con Quesos de España” (Queijo com Queijos de Espanha), quis dar o seu contributo lançando o QI, um assistente virtual inovador que utiliza a IA para ajudar os consumidores a descobrir os queijos de Espanha – entre mais de 150 variedades disponíveis no país – que melhor se adequam à sua personalidade.
Esta ferramenta beneficia dos avanços de ambos os tipos de IA, tanto a IA preditiva, que ajuda a melhorar a análise da personalidade e as perguntas para sugerir os tipos de queijos que definem as preferências de cada utilizador, como a IA generativa, que impulsiona a aprendizagem dos assistentes de comunicação virtual.
O futuro é digital
Como podemos ver, a transformação digital do sector leiteiro em Espanha é uma realidade que está a moldar o presente e que, sem dúvida, definirá o futuro. É verdade que a transição não é fácil, mas os benefícios superam em muito as dificuldades. Desde a melhoria da eficiência e da qualidade até ao reforço da relação com o consumidor, a digitalização é uma ferramenta essencial para garantir a sustentabilidade e o sucesso do sector a longo prazo.
O futuro é digital e o sector leiteiro não pode dar-se ao luxo de ficar para trás. A chave será saber como se adaptar, inovar e, acima de tudo, entender que a tecnologia é um aliado, não um inimigo, no caminho para o sucesso.
